O quarto desbaste do ano civil de 2024 foi em Santo Tirso, na edição deste ano do mítico STUT, prova a contar para o Campeonato de Portugal de Trail, zona norte (ATRP). Os trilhos deste carrossel são fantásticos e a organização está de parabéns pela excelência do percurso.

Mais uma vez, e como tem sido habitual este ano, há pouco a dizer da minha prestação ontem e, se calhar, muito a refletir sobre a mesma e sobre a gestão das expetativas. Sabia, à partida, que os primeiros 10 kms e os últimos 10kms seriam duros, mas a partida foi rápida e resolvi acompanhar o pelotão da frente. Ainda tive esperança, no meio da prova, que o inevitável não acontecesse, mas no último terço paguei invariavelmente a fatura. Entusiasmo e experiência nem sempre podem coabitar e ontem deixei-me levar pelo primeiro. E quando a carga de treino atual não é suficiente para a intensidade que este circuito exige, tendo em conta as tais expetativas...

Um enorme obrigado a todos os que estão perto de mim e me ajudam a manter o meu corpo são e preparado para a luta, a quem me acompanha nesta aventura, prova após prova, e também deixa sempre nos trilhos o melhor de si e aqueles que apoiam e patrocinam a Tuga Mobile ADAP Trail.

37km

1700D+

4h33m18s

71° Geral

7° M45

A primeira prova do ano civil, o Vouga Trail, foi, como seria de esperar, um verdadeiro desafio, dos mais duros que esta modalidade oferece a nível nacional. Alinhando no Trail Longo (37km), de modo a tentar cumprir o objetivo de ser finisher do circuito nacional de trail esta época e conseguir ter direito a estar na final do campeonato, estou contente com a prestação e o resultado.

O plano inicial era modesto e contido e foi seguido à risca. Resultou e a prova correu de acordo com o previsto.

A nata do trail running nacional disse quase toda "Presente" e os 70 atletas que ficaram à minha frente, de um total de cerca de 300, ficaram porque mereceram ficar, porque são melhores atletas do que eu, porque treinam mais e melhor do que eu e porque, além da questão da idade da esmagadora maioria, gozam de outras condições e de outro tempo para a preparação e para o treino que, infelizmente, não estão ao meu alcance. Seja como for, acabei por conseguir pontos que me poderão ajudar a obter um dos objetivos da época que é entrar numa posição de destaque nos 20 melhores atletas do ranking nacional no meu escalão.

Um enorme obrigado a todos aqueles que estão por perto e me ajudam a manter-me minimamente preparado para a luta. Sabeis quem são! Parabéns Marcelo Araújo pelo excelente pódio obtido, que de certeza te motiva para os teus próximos desafios e a todos os colegas pelos resultados que obtiveram e que significam muito para toda a nossa equipa. Um agradecimento muito especial à minha companheira de aventuras, pela presença, pelo exemplo de esforço e dedicação que ela também nos dá a todos e porque com ela tudo isto faz muito mais sentido!

Domingo foi dia de ir ao vizinho concelho de Penafiel e à freguesia de Rio Mau, correr num dos meus carroceis de treino preferidos, o Poço Negro, na distância competitiva de 25km. Encarei a prova de nos dentes, mas também com a prudência que o calor incrível e a ressaca de um agreste UTSF, na semana anterior, naturalmente exigiam. Mas mesmo com toda a prudência do mundo e mais alguma, acabei por ter enormes dificuldades em enfrentar uma prova com subidas e descidas constantes e bastante duras, principalmente a partir da segunda metade e o calor quente, sufocante e abafado, obrigou-me a levar o motor até um limite de exigência física e mental invulgar. A vontade de querer chegar à meta e assegurar o pódio coletivo da equipa acabou por me dar o estímulo que fui precisando para prosseguir, com o pódio de escalão a ser um bónus para tão elevado esforço de superação pessoal. Agora é tempo de, mantendo-me nos trilhos, no asfalto, na clínica e no ginásio, retirar a máquina da desgastante vertente competitiva durante algumas semanas, para estar, num futuro próximo, novamente motivado para novos objetivos, num desporto que nos dá lições únicas de superação, de exigência e de resistência à dor e ao caos psicológico e físico, mas também nos dá belas lições de companheirismo e de entreajuda. Os últimos três quilómetros feitos, por acaso, na companhia de quem está sempre comigo e me acompanha nestas aventuras e a quem devo o estar hoje nesta modalidade, acabou por ser o espetacular incentivo que precisava na pior altura da prova. Desde aí, chegar à meta tornou-se muito mais fácil, ou melhor, menos difícil.

Uma palavra de enorme apreço para os meus outros companheiros que também alinharam nos 25km. Estivemos todos em grande e juntos na mesma luta, como sempre!

Um enorme obrigado a todos os que apoiam e patrocinam a Lusavouga ADAP Trail/ Aventuras de Paiva